Capa Le Mond diplomatic Brasil, reprodução |
A capa do tabloide Le Mond diplomatique Brasil, edições de fevereiro, é um soco no estômago, tal a síntese da política e sociedade brasileira atual!
Com traços do ilustrador Cris Vector, ela revela, num desenho, muito sobre o golpe (e seus bastidores) de oito de janeiro, ocorrido em Brasília e que surpreendeu o mundo.
Observando a “narrativa”, vemos os personagens que seriam bizarros não fossem reais. Também, nada sutilmente, o protagonismo do ex-presidente Bolsonaro e seus quatro filhos na fuzarca da direita, quando pretendeu-se tomar o poder à força da destruição dos símbolos democráticos.
Imagino quão difícil deva ser, para o leitor não acostumado às manchetes dos jornais e portais, identificar as caricaturas. Estão (quase) todos lá.
O defecador exterminador de relíquias, a blogueira, o militar, os políticos .
Senti falta do moleque que curte escorregadores e da vovó bolsonarista.
As referências midiáticas foram contempladas: o busão da Anita, aquele sem caminhão, o acampado e caótico capitão correndo tal pato…
Peço licença para dar meu pitaco nessa arte: seria o letreiro do destino “Pavuna” a ema do planalto?
O pedido de desculpas não cola, mas espero, sinceramente, que a frase Sem Anistia deixe de ser uma hashtag e evolua para uma prática. Excelente a capa.
Traços que parecem simples, tão reais apesar de caricatos, desvelam realidades complexas. Inclusive, emocionais nas faces dos personagens retratados.
Arte engajada, militante, que comunica e informa.
Uma capa para ser enquadrada, no bom sentido. Para ser exposta em lugar de destaque para não nos esquecermos de que os fascistas continuam livres, tramando, ganhando tempo até 2018.
(Publicado originalmente no #BemBlogado)
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