Fotos: #InstitutoMarielleFranco |
Confesso que caíram lágrimas dos meus olhos,
uma sensação estranha de alívio...
porém de tristeza.
O dia 31 de outubro de 2024 ficará para a a história do Brasil.
Em meio ao caos que vivemos, onde a polaridade aguça dos desafetos, a Justiça marcou presença.
Há seis anos e sete meses uma mulher, brasileira, que ousou conquistar o que é negado a maioria das mulheres, sobretudo as de pele preta, era barbaramente assassinada. Com ele um homem branco.
#MarielleFranco e #AndersonSantos deixaram família e multiplicaram afetos desde então.
Uma memória coletiva que ansiava por respostas.
Quem matou Marielle e Anderson?
Agora sabemos, e eles cumprirão (parte) da pena imposta, devido os benefícios da lei brasileira.
A luta continua:
queremos saber quem foram os mandantes desse crime que ceifou a vida de duas pessoas que saíam do trabalho.
Foram tocaiadas.
Foram sete tiros certeiros.
Por dinheiro?
Sabemos que havia muito mais no jogo do poder.
A Justiça por vezes, é lenta, é cega, é burra, é injusta, é errada, torta, mas ela chega... A Justiça chega aos culpados e tira deles, o bem mais importante depois da vida, que é a liberdade.
Lúcia Giloche, juíza
Sentença de esperança
Imagino, se estivesse viva, como Marielle estaria lutando para desvelar o caos que a sociedade brasileira vive.
Ou, será que a sociedade estaria diferente se Marielle tivesse sobrevivido?
A polarização continua, dividindo-nos entre aqueles que acreditam nos direitos coletivos e os que defendem a acumulação para poucos.
O discurso de ódio, a desinformação avançam e ameaçam a luta social.
O que prova que a sentença anunciada por uma juíza, uma mulher negra, endossado por jurados homens.
Justiça seria minha mãe estar aqui
(Luyara Franco, filha)
Quem foi esta mulher chamada Marielle?
Confesso que pouco a conhecia, mas a trajetória de Marielle me tocou profundamente desde o dia de que ela foi assassinada: 14 de março de 2018.
Seu rosto, ressignificado em inúmeras artes, uma mais bonita que a outra, não deixou a cena de ódio prevalecer, mas a beleza (em todos os sentidos contidos na definição de belo) de Marielle.
Uma mulher que nos ajudou a debater mundialmente, o conceito de interseccionalidade;
Uma mulher, negra, periférica, favelada, lésbica;
Uma mulher política, com representatividade: vereadora no Rio de Janeiro;
Uma mulher que ensinava na prática e na escola;
Um exemplo de mulher, de filha, de mãe, de irmã, de cidadã.
Marielle sofreu todas as formas de repressão socia, e por sua luta pela sociedade foi vítima de violência política.
Esta dor não tem nome...
(Marinette Franco, mãe)
Quem é esta mulher chamada Marielle?
Marielle, com sua vida e morte, deixa muitas lições como legado, que custou a própria vida:
a luta antirracista,
a luta feminista;
a luta pelo direito à identidade de gênero;
a luta contra o feminicídio;
a luta contra a violência política contra a mulher;
a luta pela inclusão e promoção social.
Marielle hoje é inspiração.
Escrevo no presente, pois como diz a hashtag:
#MarielleFranco vive.
Família de Marielle e esposa de Anderson (#ÁgathaArnaus)
Por você, Mari, nos mantivemos de pé e jamais recuaremos...
(Anielle Franco, irmã)