Na Paulista, me perdi e me achei na Cultura...
Adoro passear pela #AvenidaPaulista. Para mim, sair de casa sem pressa, subir a íngreme e quase sempre efervescente #RuaAugusta - ou descer noite adentro - descobrindo suas novidades numa caminhada de pelo menos 45 minutos, é um deleite. Parar na #LivrariaCultura era um ritual.
Muitas vezes, só para olhar, apesar de tantos objetos de desejos: os livros. Eu gosto de fazê-lo pelos caminhos diferentes de suas várias entradas, possibilitando uma ludicidade adicional.
E agora, como vai ser? Lanço aqui a campanha: #SalvemaLivrariaCultura
Lembro-me das aventuras vividas com os meus filhos criança, na época das megalivrarias. Tinha a Saraiva Mega Store, um pouco mais à frente, e a FNAC, no meu bairro, Pinheiros. Nenhuma delas tão impactante quanto a Cultura!
Em tempos de "vacas magras", elas nos permitia a leitura dos livros que não podíamos comprar. Era um passeio que agradava toda a família.
Num domingo, junto da amiga alemã, passamos sete horas seguidas dentro da Cultura! Nem percebemos: chegamos de dia e saímos à noite, surpreendidas pela passagem do tempo, gasto de maneira tão prazerosa. Nenhum minuto se perdia na Cultura, sempre se ganhava cultura!
Ah, adoro os marcadores de livros, os papéis de embrulho sempre de bom gosto, a minha Ecobag preta com a arte em lombadas de livros, a maioria lidos, presente do meu amor... A Cultura era opção certa para os presentes de Natal, os criteriosamente escolhidos ou de última hora.
Lá tem teatro? Tem sim senhor. Lá podemos ir a banheiro limpo. Lá tinha lançamento de livros, e nunca éramos tratados como penetras. Com sorte, algumas vezes cruzei com o proprietário, Pedro Hertz, mas nunca tive coragem de chegar para um dedo de prosa.
Que bela história ele escreveu... Pensar que tudo começou com o empréstimo de livros trazidos do refúgio numa mala... Ela se tornou a Livraria Cultura que, tão imponente, tão cabia num só espaço e se espalhava pelo lugar...
Estive na Livraria Cultura em dezembro, janeiro só passei pela frente. Era noite, estávamos em três amigas descobertas ao acaso naquela segunda-feira. Estava quase na hora de fechar e nos deparamos com a bela escada adornada de livros, que ilustra este texto. Que beleza!
Pedimos para um desconhecido registrar uma foto do nosso encontro, mas não ficou boa. A luminosidade do lugar escureceu a nossa presença. Era dia de Mostra Internacional de Cinema, ali ao lado. Entramos, posamos e tivemos de sair para respeitar o horário; os trabalhadores precisam descansar.
Confesso que recebi com profunda tristeza a noticia da falência da Livraria Cultura. Este lugar deveria ser tombado como patrimônio cultural da cidade de #SãoPaulo. Entristeceu-me também, a pressa com que alguns livreiros foram retirar as suas mercadorias. Esperava mais dos burocratas da cultura: que eles fossem solidários e tentassem ajudar numa possível recuperação.
Salvem as livrarias. Salve as livrarias
Viajando nos últimas anos, tive o prazer de conhecer livrarias na Espanha, em Portugal e na Argentina: todas com o seu charme. Algumas inusitadas com livros em altar, numa antiga capela; no cofre, no museu... E as temáticas! Algumas com filas absurdas para entrar e até pagamento de ingressos.
Lembro-me ainda da primeira "Biblioteca", itinerante, onde os livros literalmente rodavam para chegar até a mim. Que prazer sentia em alugar um livro todos os meses!
Para quem ama livros e livrarias, vá visitar a Livraria Martins Fontes, também na Avenida Paulista. Plasticamente, ainda mais bonita que a Cultura. Uma beleza! E os livros da editora, então... Confesso que tenho grande apego pelos títulos infantis...
Mas há também a Livraria da Vila, sempre charmosa, e agora a carioca Livraria da Travessa, que descobriu São Paulo. Pena que a Editora Boitempo não tem loja física, que a Fox, só tem em Belém do Pará... Que os Sebos sobrevivem, tal qual os livros e os leitores.
#LeiaLivros
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