quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Reclamar do calor é um ato político

Foto: Adriana do Amaral

Estamos todos sofrendo com o calorão.

Uma quentura nunca sentida no Brasil, que extrapola  os 40 graus, em alguns Estados.

Uma conhecida, moradora de uma região com clima mais ameno, há dias dizia que não conseguia resistir aos "absurdos 29 graus", imaginem.

Neste cenário, ouvi uma especialista em etiqueta e moda falar que é deselegante falar do calor.

... e que não devemos abordar a temática da sensação térmica.

Segundo ela: reclamar do calor não é "chique".

 Perguntei-me:

e dos males físicos e mentais sentidos?

O que é chique?

Encarar as roupas e corpos suados? 

Resignar-se à falta de água e conforto? 

Trabalhar/estudar no meio do calorão?

Investir em equipamentos eletrônicos que amenizam o desconforto, mas corroboram para o consumo de energia e move a hélice do mundo que implica no aumento da temperatura?

Na minha visão de mundo

Reclamar do calor é um ato político;

de rebeldia;

de resistência.

É ecológico.

É atitude sustentável e de autopreservação.

Afinal, o calor resulta da interferência humana no mundo: 

a poluição, 

o desmatamento.


No mundo da lua faz frio 

Uma outra amiga disse-me que somos seres civilizados e precisamos do conforto,

que hoje em dia um pasto de gado é mais importante do que a agricultura familiar,

e ela não quis ouvir a minha réplica.

Ah, mas...

Foto: reprodução web

podemos viver em Marte, dizem alguns.

Aqueles que não querem investir 

nos rios, nos mares, nos céus, nas florestas.

Ricaços e seus seguidores que defendem que, sem vida na Terra, poderemos habitar a galáxia.

Nesta reflexão, relembro o caso da cantora que veio, performatizou e desencantou-se. 

Após 40 dias saiu o laudo de necropsia confirmando que a jovem  Ana Clara Benevides, morreu em consequência do calorão.

A jovem, de apenas 23 anos, exposta aos 40 graus, sem água para beber e se refrescar, sofreu uma "pane" nos vasos sanguíneos e órgãos vitais.

Causa morte:

"Parada cardiorrespiratória com um quadro de choque cardiovascular e comprometimento grave dos pulmões, que evoluiu para a sua morte súbita."

O calor mata.

Falar sobre o calor é presenvar a vida.

sábado, 23 de dezembro de 2023

Sem concessões no Natal para a festa ser boa de verdade

Arte: Banski


Todo ano é a mesma coisa: 

o que comer?

o que vestir?

que presente pedir?

participar ou não do amigo secreto?

onde passar a ceia e o almoço de Natal?

preciso fazer pavê?

ou posso apenas ver aquele pavê indigesto?



O que eu aprendi, ao longo dos meus anos vividos, é fazer escolhas.

Isso mesmo:

não sou obrigada a nada,

e não devo obrigar ninguém a nada.

Para mim, que nasci em lar católico, "pero no mucho", foi ensinado que pelo menos na noite de Natal devemos esquecer as tristezas, aparar as arestas e aceitar as inconveniências das reuniões de família.

Desaprendi tudo isso na maturidade.

Aprendi um jeito novo.

Por isso, arrisco-me a dizer aqui:


seja feliz neste Natal!

arte: #Sally _samir

Se você quiser ir viajar, viaje.

Se você quiser curtir com amigos, curta.

Se você quiser ficar em casa sozinho, fique.

Se você quiser comer passas, coma.

Se não quiser comer passar, descarte-as sem culpa.

Se você quiser passar o dia  e a noite de chinelo, faça-o.

Se você quiser dormir, durma.

Por outro lado...

Se você quiser fazer uma grande ceia, convidar a parentada, perdoar e recomeçar, você tem esse direito.

 

Para mim,  o Natal é uma data festiva

Repreodução web

Apesar do que aconteceu no #Natal passado;

Apesar do genocídio na #Gaza;

Apesar de o mundo esquecer que #Jesus nasceu em #Belém, na #Palestina;

Apesar de os sinos da #IgrejadaNatividad, estarem silenciosos na #Cisjordânia;

Apesar de o menino Isaías ter morrido com apenas duas semanas de vida, após ter sido resgatado das ruas da capital paulista junto de seus pais, pelo nosso santo vivo, o Padre #JúlioLancelotti;

Apesar de os meninos não poderem se encantar com as "luzinhas de Natal" tal #farialimers, em #São Paulo;

Apesar de os meninos pretos estarem sendo barrados nas praias cariocas, na #cidademaravilhosa.



Apesar de tudo isso,

Temos o bom velhinho #Lula  presidente.

Estamos vivos para seguir a luta.

A utopia nos faz caminhar...

Respire neste Natal

e tenha uma noite feliz.


segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Toc-toc-toc: Chaguinha, sou eu à sua porta...

 

Fotos: Adriana do Amaral


 Naquela rua sem saída...

 Muitos buscam alternativas 

 e as  encontram

 através da  fé, 

 na esperança 

 e no resgate  histórico!

 

 Literalmente fechada, a porta da Liberdade continua   iluminando o lugar através do espírito da resistência.



O antigo cemitério virou Igreja que virou Santuário que  virou História que virou Memória     


Chaguinhas resistiu três vezes à corda do enforcamento.


Chaguinhas ampara as vítimas do mutilamento social.


Chaguinhas, hoje, desvela a trajetória do povo

originário e negro da capital paulista.



       

Eu fui lá.

 E também bati três vezes na porta de Chaguinhas...

E Chaguinhas atendeu ao meu pedido.


           



Capela dos Aflitos

Eu já conhecia a Igreja maior,  #IgrejadosEnforcados, que dá para a #PraçadaLiberdade.

Mas eu ainda não tinha ido à #CapeladosAflitos, localizada numa rua transversal, ligada ao templo maior.

Foi por acaso: uma energia me atraiu para o lugar.

Entrei.





Chorei impactada pelo que foi me desvalado ali...

A cada passo foi me revelado inúmeros significados,

                       Como a história reescreveu o passado de dor enterrado 

                                         e um novo sentido foi criado pelas lanternas vermelhas,

                                                                                   transformaram o lugar num bairro oriental.

                                                                                       
 




Naquela tarde,

A Capela foi fechada para visitação.

Foi iniciado um processo de restauração, que não tem prazo para acabar.

Isso, porquê  não há verba assegurada, 

apesar de tratar-se de um Patrimônio Histórico, tombado em 1978.






A oralidade e o testemunho

Aprendi muita coisa neste lugar:

Dona Emília, idosa negra, voluntária,  recebeu-me com tanto acolhimento!

Ensinou-me a tradição dos bilhetinhos, de como me aproximar de Chaguinhas e, principalmente, que não devemos acender velas para as almas na nossa casa. 

Hábito que eu mantinha por ignorância.

Explicou-me, dentre tantas coisas, que na Capela dos Aflitos persiste um dos poucos velários da capital paulista: aquele espaço destinado aos fieis acenderem velas aos santos.

Eu, que tenho por tradição acender uma vela em cada Igreja que conheço, não me furtei à tradição:

Acendi duas velas, pequeninas, mas questionei: elas serão apagadas?

Dona Emília garantiu-me que não. 

A parafina iria derreter até a chama apagar por si só...

Se, por acaso acontecesse de uma chama se apagar antes disso, as pessoas do lugar pediriam licença e atiçariam fogo no pavio novamente...

A matriarca lembrou, ainda, que a maioria das Igrejas de São Paulo trocaram as velas por aquelas máquinas de velas eletrônicas, sem graça.

Concordei com ela, parecem verdadeiros caça-níqueis, mas mesmo assim eu sempre deposito uma moeda e esparo a luzinha acender; às vezes a máquina engole o trocado e não aciona o mecanismo da lâmpada...




Há pouco, cerraram -se as portas da vizinha e mais antiga loja de velas da capital paulista. 



Pisando em ovos, ops ossos!



Pensar que -quando o cemitério foi desativado- a história oficial garantiu que as ossadas haviam sido transferidas para o recém-inaugurado #CemitériodaConsolação...

Só que não.

Ainda hoje, quando os edifícios modernos são construídos, partes de ossadas humanas são encontradas e descartadas nas caçambas de entulhos.

Dizem que ao caminharmos pelo bairro pisamos naquilo que foi, um dia, um campo santo.

Onde corpos assassinados dos povos indígenas e negros, escravizados ou que lutavam por direitos dos trabalhadores foram ceifados de vida.



Ressignificações através da reexistência

Nas paredes que ladeiam a capela podemos ler a história contada, a luta emancipatória e principalmente o resgate histórico.




 
Cartazes colados, desenhos, símbolos.

Aos poucos, o bairro da Liberdade recupera o próprio sentido.




Um espaço de convivência

Na Capela são bem-vindos fieis de todas os cultos onde a fé é celebrada

Não há lugar a intolerância.

No pequeno espaço de rezar, 

eu compartilho minha curiosidade, 

crença e 

desejo com homens e mulheres de diferentes idades, etnias, passado e sonhos futuros distintos.

Obrigada, Chaguinha, por sua luta. 





Um pouco da história do lugar
  1.    

Francisco José Chagas foi condenado à morte por enforcamento por lutar por direitos do trabalhador. 

Então, servia com a patente de cabo no Primeiro Batalhão dos Caçadores de São Paulo. 

O seu crime? L

Reivindicar a equiparação salarial entre os militares brancos e negro.

Seu corpo foi enterrado no Cemitério em 1979. 

Era lá que eram enterrados os negros, os indígenas, os trabalhadores rebelados e os corpos mutilados pela tortura.

O campo, nem tão santo assim, virou capela em 1983.

Desde então, Chaguinhas foi escolhido - e elevado - como o santo milagreiro do lugar.



sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Brasil assume o protagonismo lançando a política de emancipação social um dia após os 75 anos da Declaração dos Direitos Humanos

 

Foto: Adriana do Amaral

O maior desafio será comunicacional e comportamental para reverter o discurso neoliberal, capacitista e meritocrático promovido pelo governo anterior

Quem conhece a trajetória do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sabe da tradição anual: em dezembro ele se encontra com as pessoas em situação de rua, em São Paulo, para um café da manhã. Lula nunca fez propaganda disso.

 Este ano, onze meses após assumir o seu terceiro mandato, Lula recebeu os movimentos populares na capital federal, em Brasília, para anunciar, talvez, o mais ousado dentre os seus projetos políticos, o “Plano Nacional Ruas Visíveis”. 

Política pública que pretende beneficiar os moradores de rua garantindo casa e todos os demais direitos, visando gerar autonomia. O desafio será tirar mais de 220 mil pessoas da invisibilidade e da vulnerabilidade social extrema.

No mesmo dia, foi regulamentada a Lei Federal Padre Júlio Lancellotti, que proíbe a chamada “arquitetura hostil” em todo o território nacional. A lei homenageia o padre católico, Pároco do Povo da Rua, conhecido como o defensor dos “pequenos, fracos e humildes” e que difundiu em território nacional, com as próprias ações rotineiras, o conceito de aporofobia e pobrefobia.  

A Lei Federal No 14.489/2022 foi criada para proteger os sem teto das cidades hostis, que têm como prática colocar objetos pontiagudos, barreiras físicas e até gotejamento para impedir que eles descansem tanto nas vias públicas como embaixo de marquises, pontes e viadutos.

Lula, que preferiu o improviso, abrindo mão do discurso oficial, contou que sua mãe, Dona Lindú, recebia na mesa de casa as pessoas que pediam comida ou esmolas. 

Salientou que 11 ministérios trabalharão juntos para garantir a boa aplicação do recurso estimado, de R$1 bilhão. 

O Plano inclui casa para todos, educação, saúde, acolhimento e trabalho. Ponderou, contudo, a sua maior inquietação: o poder da palavra.

Imagem: reprodução web




 "Como a gente faz para convencer a sociedade      para assegurar o compromisso à vida?”         sinalizando sua preocupação com o discurso   construído ao longo dos últimos seis anos, que   defende a punição dos cidadãos sem direitos,   alicerçado pela meritocracia. 

 

 

Temos de convencer as pessoas a serem mais humanas, fraternas e solidárias.”

O presidente deixou claro suas preocupações, inclusive afirmando saber que “não dá para achar que os prefeitos (autoridades municipais) vão cuidar disso”. 

Pediu para os movimentos populares denunciarem o não cumprimento da lei e colocou à disposição um canal telefônico de denúncia, o Disque 100.

Baseado na campanha #HouseFirst, Moradia Primeiro,  Lula argumentou que “nada é mais degradante do que não ter onde morar”. 

Ponderou, sobretudo, como isto afeta as mulheres e as mães. 

Foi categórico ao afirmar que a responsabilidade e culpa pela grave situação vivida por parte dos brasileiros é do Estado.

Em uma década, a população em situação de rua cresceu exponencialmente no Brasil e, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aumentou de 21.934 em 2003 para 227.087 pessoas em 2023. 

De acordo com o Ministro Silvio Almeida, um grupo diverso em sua complexidade, incluindo as diferentes etnias, origens, identidade de gênero, trabalhadores, pessoas com deficiência, em situação de drogas, álcool e patologias diversas, idosos e crianças. 

Um a cada cinco deles são estrangeiros, num país de fronteiras abertas e direitos garantidos à população migrante.

Durante a pandemia da Covid-19  São Paulo viveu uma aumento do Povo da Rua, em decorrência do desemprego e despejos, quando famílias inteiras foram viver nas ruas, mas logo depois a exclusão social chegou às demais capitais e cidades brasileiras. 

Durante a pandemia, um homem adulto foi encontrado morto de pé, encostado numa parece, depois de ter sido proibido de se deitar ou sentar.

A sociedade distópica culpa as vítimas e se isenta da responsabilidade. 

É contra isso que o presidente Lula terá que lutar para resgatar a dignidade na vida desses brasileiros.


Foto: Adriana do Amaral



Brasil asume el protagonismo lanzando la política de emancipación social un dia despues de  los 75 años de la Declaración de los Derechos Humanos.


 El mayor desafio será comunicacional y comportamental para invertir el discurso neoliberal, capacitista y meritocrático promovido por el gobierno anterior

Quien conoce la  trayectória del presidente de Brasil, Luis Inácio Lula da Silva, sabe de la tradición anual: en diciembre el se encuentra con las personas en situación de calle, en São Paulo, para un desayuno. Lula nunca ha hecho propaganda de esto.

 Este año, onze meses despues de asumir  su tercer mandato, Lula recibio a los movimientos populares en la capital federal, en Brasília, para anunciar, talvez, el mas osado entre  sus projectos políticos, el  “Plan Nacional calles Visibles”. 

Política pública que pretende beneficiar a los vivientes de las calles garantizando casa y todos los demas derechos, visando generar autonomia. 

El desafio será sacar mas de 220 mil personas de la invisibilidad  y de la vulnerabilidad social extrema.

En el mismo día, fué regulamentada la Lei Federal Padre Júlio Lancellotti, que prohibe la llamada “arquitetura hostil” en todo el território nacional. 

La lei le hace homenage a  el padre católico, Pároco de la gente de la  calle , población conocida como el defensordoe los  “pequeños, fragiles y humildes” y que se há difundido en território nacional, con las própias acciones rutineras, el concepto de aporofobia. Lulay pobrefobia. 

La Lei Federal en 14.489/2022 fué creada para proteger los sin techo en las  ciudades hostiles, que tienen como práctica colocar objetos puntiagudos, barreras físicas y hasta gotejamiento para impedir que ellos descansen tanto en las vias públicas como debajo de marquises, puentes  y viaductos.

Lula, que preferió el improviso, abriendo mano del discurso oficial, contou que su madre. Dona Lindú, recibia en la mesa de casa a las personas que pedian comida o limosnas. 

Saliento que 11 ministérios trabajaran  juntos para garantizar la buena aplicación del recurso estimado, de R$1 billon. 

El Plan incluye casa para todos, educación, salud, acojida y trabajo. Pondero, com todo, su mayor inquietacion: el poder de la  palabra. 

Como haremos faz para convencer a la sociedad para asegurar el compromiso com la vida?” señalan do su preocupación com el discurso construído  al largo de los ultimos seis años, que defiende la  punición de los ciudadanos sin derechos,  alicerzado por la meritocracia.

 “Tenemos de convencer a las personas a ser mas humanas, fraternas  solidárias.”

El presidente deja  claro sus preocupaciones humanas,

inclusive afirmando saber que “no se puede pensar que los alcaldes (autoridades municipales) van a cuidar de este tema”. 

Pidió para que los movimietos populares denuncien cuando  no se cumpla esta lei y coloco à disposición um canal telefônico de denúncia, el Disque 100.

Baseado en la campaña #HouseFirst, vivienda Primero,  Lula argumento que “nada es mas degradante de que tener donde vivir”. Pondero, sobretodo, como esto afecta a mujere y madres. 

Foi categórico al afirmar que la responsabilidad y culpa por la grave situación vivida por parte de los brasileños es del Estado.

En una década,la población em situación de calle cresció exponencialmente em Brasil y,  de acuerdo con el instituto de Pesquisa Econômica Aplicada aumento de 21.934 en 2003 para 227.087 personas en 2023. 

De acuerdo con el Ministro Silvio Almeida, un grupo diverso en su complejidad incluyendo las diferentes etnias, origenes, identidad de gênero, trabajadores, personas con deficiência, en situación de drogas, álcohol y patologias diversas, viejos y niños. 

Uno a cada cinco de ellos son estrangeros, em um país de fronteras abiertas y derechos garantizados a la  poblacion migrante.

Durante la pandemia de Covid-19  São Paulo vivio un aumento del pueblo de calle, en decorrência del  desempleo y despejos,cuando famílias enteras fueron a vivir en las calles, mas luego despues   la exclusion social llegó a las demas capitales y ciudades brasileñas. 

Durante la pandemia, um hombre adulto fué encontrado muerto de pié, afirmado  en una pared, despues de haber sido prohibido de acostarse o sentarse.

La sociedad distópica culpa a las víctimas y se isenta de la responsabilidad. es contra esto que el presidente Lula tendrá que luchar para rescatar la dignididad en la vida de estos brasileños.

(versão para o espanhol: Clara Eugênia San Martin)


segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Projeto Imprensa Jovem está prestes a virar Política Pública inserindo os estudantes da capital paulista nas boas práticas da educação midiática

Ilustrações: #OnézioCruz
Quando a pedagogia é horizontalizada, o caminho da educação midiática e informacional é inclusiva, transformadora e emancipadora.

Foi assim que, há 18 anos, a sugestão de um estudante do ensino fundamental se tornou uma prática anti-hegemônica de comunicação comunitária.

A experiência começou pelas "ondas do rádio", e hoje está em todas as plataformas digitais, além da #RevistaImprensaJovem.


Na sexta-feira, dia 8, a maioridade do #ImprensaJovem foi celebrada durante seção oficial da Câmara Municipal de São Paulo, quando o vereador Eliseu Gabriel (PSB)  anunciou que um Projeto de Lei institucionalizando o Imprensa Jovem, caso aprovado, incluirá todas as escolas da rede municipal de ensino da capital paulista nas boas práticas da educação voltada para a educação midiática e a luta contra a desinformação.

Para o parlamentar, que apoia o Imprensa Jovem desde o seu início, a lei será importante  para garantir que a prática educacional esteja imune das mudanças políticas partidárias na gestão municipal.

"O Imprensa Jovem estabelece vínculos entre a escola e a comunidade", ponderou, adiantando que a partir de 2023 acontecerá a Semana Anual Imprensa Jovem, durante a segunda semana de junho.

Durante a cerimônia, uma das referências da Educomunicação no Brasil, o Prof. Dr. Ismar de Oliveira, presidente  da ABPEducom, foi taxativo ao afirmar que o Imprensa Jovem resgata "a comunicação praticada na comunidade" e os "ares benéficos das práticas comunicativas".


O protagonismo dos estudantes

Ao longo de 18 anos de história, aproximadamente 100 mil alunos da rede municipal de ensino integraram as diversas expressões, seja como autores das matérias ou interlocutores do Imprensa Jovem e #AgênciadeNotíciasnaEscola.

As ações são horizontalizadas, tendo os alunos como agentes comunitários, inserindo as escolas, bairros e demandas comuns nas plataformas utilizadas. sobre mediação dos professores, numa ação reconhecida pela #Unesco, através do Prêmio Aliança Global de Mídia e Informação;

E a galerinha manda muito bem!,

As pautas são discutidas em sala de aula e cada aluno contribui da maneira como quer. 

Além da atualidade do conteúdo, que vai da rotina adolescente às expressões culturais e artísticas, as reportagens desvelam o ambiente físico e emocional em que os alunos estão inseridos, da vida nas periferias, da diversidade na sala de aula aos dramas, aos desafios geracionais.


Construção coletiva

Reprodução: Logomarca Imprensa Jovem

O Projeto Imprensa Jovem é encabeçado pelo professor coordenador do Núcleo de Educomunicação na Secretaria Municipal de Ensino-SP, Carlos Lima, que firmou parcerias diversas, entre elas com/ a Universidade Metodista de São Paulo, num projeto de Extensão Universitária coordenado pela Coordenadora do Programa de Pós-Graduação, Prof. Dra Camila Escudero.

Ao longo de 2023, o programa , em suas várias vertentes criativas, inseriu 385 Emefs - Escolas Municipais de Educação Fundamental - e seus sete mil alunos, das crianças de cinco a adolescentes.

Validando o que ensinou o Patrono da Educação Brasileira, #PauloFreire, estudantes que vivenciam  ou vivenciaram a a experiência de ser um "camiseta laranja" (a cor do Imprensa Jovem) relataram:

"Na defesa da fala ganhamos voz";

"Somos produtores e consumidores de informação";

"Jovens que vieram de lugares como eu vim tomamos posse desse lugar (a Câmara Municipal) com o nosso pensamento crítico";

"Uma educação de qualidade salva o mundo."


A Revista Imprensa Jovem

Como estudante de pós-graduação, tive o privilégio de participar de cinco das seis edições da Revista Imprensa Jovem e testemunhar como o jovem periférico está engajado nas próprias lutas e na busca da própria construção cidadã.

Saliento que as escolas municipais de São Paulo são geridas por leis que garantem a inclusão étnica, racial, de gênero e identidade.

O meu papel, apesar de ser jornalista profissional, é ser facilitadora.

Aprendo mais do que ensino.

O que mais me encanta no processo, do primeiro contato com as professoras responsáveis à reunião com os alunos ao folhear da revista digital. é a autonomia e o engajamento.

Eles discutem a pauta e dividem as tarefas, partilhando as competências: pesquisam, entrevistam, fotografam, desenham, editam, expressam-se coletivamente.

As reportagens revelam os sonhos e as angústias dos estudantes: uma busca pela justiça social, pela inclusão tecnológica, a libertação através da arte, o direito de existir, ser, fazer, ter.

É libertador.


Imagem: Reprodução: Capa edição 6


Saiba mais em:

https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/educomunicacao/imprensajovem/

https://comunicanossagente.wordpress.com/






Imagem: Reprodução











sábado, 2 de dezembro de 2023

Até onde o amor acalma a dor? Mais uma vez os "donos do poder" atacam o padre Julio Lancellotti

Imagem: reprodução

A última vez que estive na #CamaraMunicipaldeSaoPaulo surpreendi-me com o quadro com fotos do poder paulista. 

Muitos dentre aqueles rostos me eram desconhecidos.

Como aquelas pessoas tornaram-se meus representantes? 

Digo isso como eleitora, porque o meu candidato eleito, #EduardoSuplicy, deixou o mandato de vereador ao se eleger para a #Alesp, como deputado federal.

Duas mulheres incríveis também trocaram a vereança para ocupar lugares onde se destacam ainda mais: #Erika Hilton e #JulianaCardoso.

A consequência é clara e não para de me surpreender negativamente, como aconteceu nessa semana onde se inicia o #tempodoadvento:

A autoridade municipal, #RubinhoNunes, uma daquelas personalidade de quem eu nunca havia ouvido falar, abriu a boca para entrar para a história:

"Chega desses cafetões da miséria incentivando a cracolândia", publicou em seu perfil na mídia digital, o nobre, ou seria excelentissimo, ilustríssimo, importantissino senhor doutor nobre vereador.

O alvo, mais uma vez, foi aquele que eu considero um santo vivo, o padre "JúlioLancellotti.

O político do partido União, que deveria ser renomeado para desunião disse que irá convocar o padre, que é nossa "força e coragem" por não desanimar em sua luta diária contra os "pequenos e fracos".

Posso até imaginar o púlpito:

Padre Júlio falando as verdades que só ele sabe dizer, sempre coberto de razão e protegido pelo manto sagrado de todos os santos e dos religiosos que lutaram antes dele.

O vereador, que tem nome no diminutivo e sobrenome de outra autoridade municipal - confesso  não saber se é por coincidência ou influência - ouvindo e retrucando.

Ao invés de pensar soluções, buscar usar o poder para beneficiar a #populaçãoemsituaçãoderua, o vereador pratica a #pobrefobia, ou #aporofobia ao atacar o religioso.

Padre Júlio, em sua resiliência, é pessoa humana, idosa e, no mínimo, mereceria o respeito do tal "inho".

Lá, no centro da capital paulista, na Câmara Municipal, onde o povo deveria ser o centro, é tratado como marginal.

Que venham novas eleições, e a revolução, ops, renovação desejada no poder paulistano.





#MarielleFranco nos ensina como enfrentar a realidade

  Fotos: #InstitutoMarielleFranco Confesso que caíram lágrimas dos meus olhos, uma sensação estranha de alívio... porém de tristeza.  O dia ...