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Foto: reprodução Instagram #Lulaoficial |
Perdoe-me presidente #LuizInácioLuladaSilva .
Desta vez, eu discordo de você.
Isso é bom, já que praticamente concordamos em tudo.
Eu admiro e prática da comunicação corporal, onde, literalmente, vestimos o que pensamos,
quando visamos afetar a maior parte daqueles e daquelas que cruzam os nossos caminhos.
Eu mesma tenho camisetas, saias, vestidos e até toalhas com mensagens escritas que eu quero passar para a frente,
sem falar nos broches na minha mochila e nas sacolas ecológicas.
Porém...
A frase no boné:
O Brasil é dos Brasileiros,
desapontou-me demasiadamente.
Que frase infeliz!
O Brasil é dos brasileiros?
Soa-me xenofobia.
Sobretudo neste momento em que vivemos, quando os migrantes são os inimigos da vez.
Os indesejáveis que estão alterando o mapa do mundo.
As palavras foram feitas para dizer
Eu sei que não foi esta a sua intensão.
Mesmo porque a lei afirma que o Brasil é um país de fronteiras abertas.
A nossa história está alicerçada na multiculturalidade.
Afinal, excluindo alguns poucos povos originários, todos somos estrangeiros no nosso país.
Então, se é para escrever uma frase para "fazer cabeças", que seja algo como:
O Brasil é de todos, todas e todes que vivemos aqui, brasileiros ou não.
Esta, sim, seria uma frase de impacto!
Remetendo - mais uma vez, a #GracilianoRamos, eu insisto que as palavras não foram feitas para enfeitar.
Uma comunicação oficial, que visa à população em geral, não pode conter dupla interpretação.
Tem de ser direta, verdadeira e excluir ao máximo possibilidades de análises equivocadas.
A frase do boné, penso eu, remete ao nacionalismo exacerbado, usado por ex-presidentes ao longo da história, passa uma mensagem excludente.
Só serve para confundir.
Nós, seus eleitores e seus admiradores, acreditamos em você como o único ou principal caminho para manter a justiça social em solo brasileiro.
São mais de cinco séculos de imigração e algumas décadas de migração.
Nós, o povo brasileiro somos resultado dos fluxos migratórios.
E cada vez mais de nós temos dupla cidadania, estrangeiros ou nascidos aqui.
Se é para usar boné
Lembro-me de um presidente, o "caçador de marajás", que usava as camisetas para se comunicar com os eleitores.
Pensando com a minha cabeça descoberta:
quando vislumbramos a volta da polarização política - inclusive a moda dos bonés com dizeres já antecipa o cenário de 2026 - devemos ser mais cuidadosos.
Seguir a orientação de #Paulo Freire (a máxima da sua campanha recente) e dialogar com os divergentes.
Você, Lula, não precisa de camiseta, de bonés, pois você tem a força da sua voz, da sua comunicação corporal, da sua trajetória.
#migaréumdireito
#nenhumserhumanoéilegal
#Brasildiverso
#Brasildetodostodastodasosquequiseremviveraqui
#eleições2026
Parabéns pelo texto.
ResponderExcluir"Por mais educomunicadores na comunicação oficial", mostrou-me o caminho, um grande amigo.
ExcluirNo ponto. Bela aula de cidadania.
ResponderExcluirObrigada, Alcir. Temos de pensar antes de agir.
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