sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Aniversário de São Paulo tem celebração em forma de gol




por Adriana do Amaral

Calor do verão. Arquibancada de concreto. Cabeça ferve, literalmente, pela alta temperatura, e  emoção. 

    No dia que a capital paulista completou 469 anos, o palco da festa aconteceu no Canindé, o estádio
da Portuguesa. Oficialmente, Dr. Oswaldo Teixeira Duarte. Não teve vela, bolo e Parabéns a Você, mas bola na trave, penalidade máxima batida duas vezes, bola na rede três vezes, e o grito: Palmeiras, Campeão!

Palmeiras e América decidem a Copinha 2023

 Foi um aniversário em família:   no gramado, os meninos: em   volta,  no estádio, a família   palestrina   reunida.

 Quase 18 mil pessoas:  a   lotação do estádio. No
 gramado os valentes   meninos;   nas arquibancadas,   pais mães   e toda a torcida. Palmeirense,   em sua maioria.

 Quem estava na “geral” mal conseguia sentar, tal areia da praia o concreto beirava os 40 graus . Já o calor humano era incomensurável. A torcida, conduzida pela uniformizada Mancha Verde, não parou de “cantar e vibrar"  e apoiar  um segundo sequer, “empurrando” os meninos até o gol da vitória, já nos acréscimos  do segundo tempo, consagrando-os campeões da copinha 2023. Bicampeonato da Copinha.

Os hinos foram atualizados, a alma lavada e a nova geração do futebol brasileira “surge imponente”. Isso, nas quatro linhas, já que nas arquibancadas muitas crianças, inclusive de colo, garantem o futuro da torcida. Pais, mães, avós orgulhosos, casais de namorados, amiges de todas as tribos só vemos nas partidas de futebol.

Água vendida no estádio

 Nada combina mais do que um domingo de sol numa cidade sem praia,   não é mesmo? É um alento ver que ao menor sinal de discussão na   arquibancada os torcedores se mobilizam para apartar e denunciar. A   Polícia Militar intervém rápido e o "show" se volta novamente para o   gramado.

 E, dá-lhe porco!, grita novamente a torcida, aliviada.


Desconforto e exploração

Para o espetáculo da bola evoluir no país do futebol há de se melhorar muito as condições para a torcida. Falta recepção, conforto e pós-evento.

Entrar no estádio sempre é uma agonia, a revista em alguns casos vexatória, os banheiros insalubres e os preços extorsivos. Sofrem ainda mais as mães com filhos pequenos. Conforto -e segurança- zero.

Ingressos a R$50 (não estamos falando das cadeiras) copo d’água a R$6, picolé a R$10! Com o calor paulista atípico, impossível não consumir! Muitos passam mal, a mãe não tem onde sentar os filhos pequenos, trocá-los e muito menos conservar a mamadeira.

Para o trabalhador cadastrado as condições são quase inumanas. O pagamento, por exemplo, por cada copo d’água vendido, é de apenas R$0,50. Isso, depois de pelo menos três horas carregando meia tonelada nas costas e subindo e descendo as escadarias dezenas de vezes.

Acabado o jogo, na parte externa do estádio, duas garrafinhas de água custam R$5. Os ambulantes são mais generosos!







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