por Adriana do Amaral
Calor do verão. Arquibancada de concreto. Cabeça ferve, literalmente, pela alta temperatura, e emoção.
No dia que a capital paulista completou 469 anos, o palco da festa aconteceu no Canindé, o estádio
da Portuguesa. Oficialmente, Dr. Oswaldo Teixeira Duarte. Não teve vela, bolo e Parabéns a Você, mas bola na trave, penalidade máxima batida duas vezes, bola na rede três vezes, e o grito: Palmeiras, Campeão!
Palmeiras e América decidem a Copinha 2023 |
Foi um aniversário em família: no gramado, os meninos: em volta, no estádio, a família palestrina reunida.
Quase 18 mil pessoas: a lotação do estádio. No
gramado os valentes meninos; nas arquibancadas, pais mães e toda a torcida. Palmeirense, em sua maioria.
Quem estava na “geral” mal conseguia sentar, tal areia da praia o concreto beirava os 40 graus . Já o calor humano era incomensurável. A torcida, conduzida pela uniformizada Mancha Verde, não parou de “cantar e vibrar" e apoiar um segundo sequer, “empurrando” os meninos até o gol da vitória, já nos acréscimos do segundo tempo, consagrando-os campeões da copinha 2023. Bicampeonato da Copinha.
Os hinos foram atualizados, a alma lavada e a nova geração do futebol brasileira “surge imponente”. Isso, nas quatro linhas, já que nas arquibancadas muitas crianças, inclusive de colo, garantem o futuro da torcida. Pais, mães, avós orgulhosos, casais de namorados, amiges de todas as tribos só vemos nas partidas de futebol.
Água vendida no estádio |
Nada combina mais do que um domingo de sol numa cidade sem praia, não é mesmo? É um alento ver que ao menor sinal de discussão na arquibancada os torcedores se mobilizam para apartar e denunciar. A Polícia Militar intervém rápido e o "show" se volta novamente para o gramado.
E, dá-lhe porco!, grita novamente a torcida, aliviada.
Desconforto e exploração
Para o espetáculo da bola evoluir no país do futebol há de se melhorar muito as condições para a torcida. Falta recepção, conforto e pós-evento.
Entrar no estádio sempre é uma agonia, a revista em alguns casos vexatória, os banheiros insalubres e os preços extorsivos. Sofrem ainda mais as mães com filhos pequenos. Conforto -e segurança- zero.
Ingressos a R$50 (não estamos falando das cadeiras) copo d’água a R$6, picolé a R$10! Com o calor paulista atípico, impossível não consumir! Muitos passam mal, a mãe não tem onde sentar os filhos pequenos, trocá-los e muito menos conservar a mamadeira.
Para o trabalhador cadastrado as condições são quase inumanas. O pagamento, por exemplo, por cada copo d’água vendido, é de apenas R$0,50. Isso, depois de pelo menos três horas carregando meia tonelada nas costas e subindo e descendo as escadarias dezenas de vezes.
Acabado o jogo, na parte externa do estádio, duas garrafinhas de água custam R$5. Os ambulantes são mais generosos!
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