Em meio à violenta repressão policial contra a população
em situação de rua, liberada pela prefeitura municipal, o #Blocolândia saiu às ruas da capital paulista na tarde de sexta-feira de carnaval (17). Fotos: Divulgação Blocolândia
Talvez um
dos mais democráticos de São Paulo, o bloco carnavalesco é conhecido por seus instrumentos improvisados, muitos deles feitos de lata, e por reunir os
frequentadores da chamada #Cracolândia, região que concentra pessoas em situação
de dependência química, além de apoiadores e simpatizantes.
Originário do “Pagode da Lata”, o Blocolândia resiste
desde 2014, apesar das ameaças frequentes. A organização fica a cargo de
artistas do lugar, que ao lado de socioeducadores , estudantes e ativistas
estimulam e apoiam a folia. Este ano teve até abadá (colete na cor magenta),
com serigrafia, doada pelos voluntários.
O bloco perdeu muito dos seus frequentadores durante a
pandemia da Covid-19. Pessoas que deixaram saudades e foram homenageadas pelos foliões
que, no aquecimento, gritaram os seus nomes. A cada amigo lembrado, a palavra
“presente”, em alto e bom tom. Foi uma catarse libertadora anunciando o
encontro.
A alegria tomou conta da região da Luz, centro histórico
de São Paulo, dando um pouco de paz para as pessoas em situação de rua que, na
véspera (16), ganharam alguns dias de tranquilidade. Isso porque a juíza Juliana
Molina decretou a suspensão do recolhimento das barracas, por parte da Polícia
Militar e zeladoria urbana até o próximo dia 24 de fevereiro.
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