Foto: Adriana do Amaral |
Da oferta à demanda, da oportunidade à fidelidade.
Gente. Quanto mais alguns me decepcionam outros me dão alegria de viver. Principalmente, aqueles com quem eu cruzo no caminho. Eles me ensinam tanto!
Para mim, interessa-me demasiado a inteligência, resiliência e criatividade humanas. Gosto, principalmente, de ouvir relatos e histórias de vida. É quando eu sinto a humanidade no ser.
Caminhando pela Avenida Paulista... Vi, passei e voltei. Não acreditei nos meus olhos e fui conferir: comida pronta vendida na banca de revista.
É isso mesmo: parafraseando Caetano, se não dá para ler tanta notícia, refeições para que te quero. E como queremos "comida para quem precisa", como eu cantava com Titãs nos anos 1980.
Comida caseira, pronta, com variedade e embalada para comer. Sem burocracia. Aceita-se vale-refeição, dinheiro, cartão e PIX. Dezesseis reais com R$1 adicional para o refrigerante ou R$ 15 sem a bebida. Lanches e salgados custam respectivamente R$8 e 6.
A novidade foi muito bem recebida e está sendo bem-sucedida na Avenida Paulista. Mas, como há trabalhador em toda capital, há outros dois pontos de venda: no centro da cidade, Largo São Bento, e na zona norte, em Santana. Tem ainda a opção de lanche, já embalado, para quem tem pressa, gosta e tem fome de fast-food.
As refeições são feitas no dia e, pouco antes do meio-dia, são oferecidas pelo menos seis opções. Do tradicional arroz com feijão com carne ou ave, massa, pratos temáticos etc. Feitas por um verdadeiro "chef", Edivan, que, após um acidente laboral, teve de se aposentar do restaurante famoso, mas não pôde dar ao luxo de parar de trabalhar.
Ao lado do filho, juntou-se o talento com a necessidade de aumentar a renda. Raphael, formado em Gestão de Comercial, cuida da estrutura e da comércio no ponto de venda estratégico. Ele abriu mão do trabalho com carteira assinada para ganhar mais e garantir um horário mais flexível. Uma opção de vida que permitiu o retorno do pai ao mercado.
São cerca de 300 refeições dia, com clientela fixa. Elas alimentam, com dignidade, trabalhadores dos prédios de edifícios, que não têm tempo nem dinheiro suficiente para frequentar as opções do local, onerosas. Muitos trabalham no segmento de prestação de serviços em empresas terceirizadas e telemarketing, que dispõe de marmita sem ter o trabalho de prepará-las.
E como ninguém é autossuficiente nesse mundo, pai e filho contam com o apoio do amigo da banca, que permite a coexistência de negócios que não concorrem entre si. Tudo com licença da prefeitura e pagamento dos devidos impostos.
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