Fotografia de artesanato argentino (foto: autora) |
Uma mulher chorando sozinha não comovia...
Duas mulheres conversando na praça foram consideradas perigosas...
Muitas mulheres decidiram marchar juntas,
e assim tornaram-se a voz daqueles que não conseguiam falar,
daqueles que foram violentamente calados,
daqueles que sequer conheciam as suas próprias histórias.
As mães argentinas ficaram conhecidas como as Mães da Praça de Maio, e tornaram-se o maior símbolo da resistência e do enfrentamento contra a ditadura, os ditadores, os opressores, desvelando os maus-tratos, a tortura, os sequestros, as mentiras que os perversos costumam contar.
Elas ousaram, no passado, desvelar a sordidez histórica,
No presente, não apenas como testemunhas, inspiram para a luta, mas como agentes da transformação social, instigam o povo argentino - e do mundo inteiro - ao confronto contra a opressão.
E, não deu outra:
não demorou muito para o algoz atual, o presidente da Argentina, Javier Milei, tocar na ferida exposta.
Sabíamos que iria acontecer, mais cedo ou mais tarde, e agora ele tenta calar as vozes anciãs usando do poder político.
Explicando melhor: a #UNMA -Universidade Nacional Madres de Plaza de Mayo- sofreu a intervenção econômica do Estado. Sem recursos, corre o risco de fechar as portas, o que pode acontecer com outras instituições, a exemplo do desmonte já realizado desde a posse.
Comunicado oficial MPM |
"Isto constitui uma gravíssima violação da autonomia universitária e um grave precedente à comunidade educativa e à educação pública".
A alegação? As madres seriam um mau exemplo?.
Infelizmente, pouco se repercutiu, mundialmente falando..
Mas, de certa forma, àqueles que detém o poder atual têm razão em temer as madres.
Elas não nos deixam esquecer.
Elas nos instigam a contar.
Elas fomentam o debate
Elas promovem a reação.
Elas mobilizam a comunidade frente às mazelas do governo reacionário.
Não à intervenção da UNMA!
Ao interventor, e ao seu mestre, o nosso repúdio.
Foto: Marcha na Plaza de Mayo (arquivo) |
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