Reprodução da capa |
Economês.
Um termo que surgiu quando um jornalista brasileiro, Joelmir Beting, decidiu traduzir os termos difíceis da economia para a linguagem jornalística.
De lá para cá a economia virou editoria, porém a linguagem midiática nem sempre é palatável aos leitores. Na maioria das vezes, jornalistas falam para especialistas, sobre e para o Mercado Financeiro.
O desafio lançado aos estudantes de seis escolas da rede municipal de ensino da capital paulista foi pensar a economia do dia-a-dia. Aquela que afeta a qualidade de vida das pessoas comuns. Refletir, a partir da vivência familiar e individual, como a tal economia está inserida na rotina, mesmo de quem ainda está distante do universo das contas a pagar.
Sobretudo, como praticá-la de forma consciente.
Num primeiro encontro, a "pauta comum" assustou os estudantes, em sua maioria da faixa etária dos 10 aos 12 anos (mas a edição contou com a participação de crianças pequenas e jovens). Afinal, além de descobrirem o que é economia como teoria e prática, eles teriam de desenvolver uma reportagem jornalística sobre o tema.
Passado o primeiro susto, o desafio foi aceito e os resultados surpreenderam.
Alguns dos jovens repórteres já haviam participado de encontros do G-20 Social, inclusive a experiência está retratada numa das matérias, enquanto a maioria teve de fazer um exercício coletivo reflexivo.
A magia aconteceu quando os alunos descobriram que eles vivem imersos no universo da economia, que move a sociedade.
Quando entenderam que o mesmo dinheiro os limita ou liberta, na medida que desconhecem ou conhecem a dinâmica financeira, compreenderam que administrar os pequenos gastos e projetar sonhos de consumo é factível e nem tão difícil assim.
O problema é a falta dele, mas a desigualdade social é assunto para outra revista.
Por que não aprender economia na escola?
Discutir a economia na escola pública, de acordo com os alunos, é incentivar a economia local; também, que a economia do cuidado, movimenta trilhões e pode ser a receita para a equidade social. Aprenderam que economia não tem idade e a educação financeira capacita para a vida e pode ser ensinada. Contaram como vivenciam a mesada virtual, que impõe limites e multiplica desafios; mas advertiram que mais de 70% dos jovens brasileiros de até 15 anos não estão preparados para calcular orçamentos, por mais simples que sejam. Descobriram que os seus pais podem participar da gestão orçamentária escolar e, principalmente, souberam ir na fonte de pesquisa, tanto documental como através de especialistas e depoimentos para entender que a economia não é um bicho de sete cabeças, mas que não dominá-la pode criar monstros difíceis de combater.
Ao longo de 24 páginas, os estudantes demonstraram, em seus textos e produção de imagem (fotos, ilustrações, gráficos etc.), a importância de dominar a economia diária para não cair nas suas armadilhas. Inclusive, alguns deles, como lidar como o câmbio e despesas internacionais, ao participarem do Fórum da Juventude, no Chile, em abril.
Realizada a partir de uma parceria do Núcleo de Educomunicação da Secretaria da Educação de São Paulo e o Programa de Pós-Graduação da Universidade Metodista de São Paulo, a Revista Imprensa Jovem integra um projeto maior, o Programa Imprensa Jovem, que há 18 anos incentiva a prática comunicacional, nas diferentes mídias, para a conscientização, promoção. colaboração, educação e emancipação social. Um projeto onde os alunos são os protagonistas e os professores catalisadores nessa construção coletiva.
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