Do
exílio voluntário, ex-presidente Bolsonaro fomenta o projeto de extrema direita
no BrasilFoto da Autora
Há alguns anos eu escrevi que o ex-presidente do Brasil havia desvelado o pior do povo brasileiro.
Com ele, a Pátria amada virou “armada”, a intolerância se aguçou num país antes conhecido pela sua simpatia.
Ele atacou as instituições e atiçou lenha na fogueira das paixões ideológicas.
Desvelou a
falta de cultura histórica e política, principalmente da classe média que se
acha melhor do que os pobres e os trabalhadores, sonhando com o patamar
econômico inalcançável dos milionários made
in Brazil.
A polarização entre da sociedade brasileira não foi revelada pelo ex-presidente, mas por ele. Em resposta ao movimento de oposição #EleNão, encabeçado pelas mulheres e incorporado pelos movimentos sociais e de esquerda, em 2018, eclodiu uma mobilização contrária.
Os manifestantes pró Bolsonaro
presidente foram às ruas vestindo as cores verde e amarela e a camisa da seleção
brasileira. Desde então, as relações familiares foram abaladas pela política
nacional num país onde boa parte da população se orgulhava em dizer que
política não se discute.
Durante os quatro anos que ocupou o poder executivo, Bolsonaro promoveu a herança colonial, patriarcal e capitalista, estudada por Boaventura de Sousa Santos (Epistemologias do Sul). O sucesso nas urnas visibilizou a aversão de parte da sociedade pelo Partido dos Trabalhadores e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O número de eleitores que afirmaram não serem representados pelo homem de origem humilde, migrante, amputado (devido a um acidente de trabalho) e ex-“presidiário” evidencia o preconceito fundamentado por estereótipos. Lula foi vítima da “competência” de Bolsonaro em somar seguidores. Mas, o que parte dos brasileiros não tolera é o seu passado de sindicalista. O que os ultradireitistas, erroneamente, associam ao comunismo.
Metade dos brasileiros não têm escrúpulos em apoiar um
político de carreira, que elogiou um torturador em pleno Congresso Nacional e
está envolvido a inúmeras denúncias. Principalmente, relacionadas ao descaso
com a vida humana e sua ligação com transações econômicas e personalidades de
moral duvidosa.
Enquanto aguarda visto de turista nos Estados Unidos
(entrou como autoridade de Estado), Bolsonaro se fortaleceu com o uso das mídias
sociais, desencadeando o fenômeno da desinformação e o discurso de ódio. Como a
internet não tem fronteiras, ele continua fomentando informações em seu exílio
voluntário.
Bolsonaro afirmou que o governo popular do Brasil “vai
durar pouco”. Coloca-se candidato à reeleição enquanto o partido que o apoia, o
PL, sinaliza uma possível candidatura de sua esposa, Michele Bolsonaro. Ela
retornou ao Brasil, aos palanques e às manchetes.
Apenas uma comunicação popular, assertiva, associada à comunitária, cidadã e militante, poderá minimizar o impacto dessa rede de intrigas. Será uma guerra política, ideológica, mas também de retórica.
"Va a durar
poco"
Desde el exilio voluntario, el expresidente Bolsonaro fomenta un proyecto de
ultraderecha en Brasil
Hace unos años escribí que el ex presidente de Brasil había desvelado lo peor
del pueblo brasileño.
Con él, la Patria Amada se volvió "armada", la intolerancia se agudizó en un país antaño conocido por su amabilidad. Atacó a las instituciones y avivó el fuego de las pasiones ideológicas.
Ha revelado la
falta de cultura histórica y política, especialmente entre las clases medias
que se creen mejores que los pobres y los trabajadores, soñando con las
inalcanzables alturas económicas de los millonarios made in Brasil.
La polarización de la sociedad brasileña no fue revelada por el ex presidente,
sino por él mismo. En respuesta al movimiento de oposición: #EleNão, encabezado
por mujeres e incorporado por movimientos sociales y de izquierda, en 2018
estalló una movilización contraria.
Los manifestantes a favor del presidente
Bolsonaro salieron a la calle con los colores verde y amarillo y la camiseta de
la selección brasileña. Desde entonces, las relaciones familiares se han visto
sacudidas por la política nacional en un país donde gran parte de la población
se enorgullecía de decir que no se hablaba de política.
Durante los cuatro años que ocupó el poder ejecutivo, Bolsonaro promovió la herencia colonial, patriarcal y capitalista estudiada por Boaventura de Sousa Santos (Epistemologías del Sur). Su éxito en las urnas hizo visible la aversión de una parte de la sociedad por el Partido de los Trabajadores (PT), y el Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
El número de votantes que dijeron no sentirse representados por el hombre de origen humilde, emigrante, amputado (debido a un accidente laboral) y antiguo "preso" muestra los prejuicios basados en estereotipos. Lula fue víctima de la "competencia" de Bolsonaro para sumar adeptos. Pero lo que una parte de los brasileños no tolera es su pasado como sindicalista. Lo que los ultraderechistas asocian erróneamente con el comunismo.
La mitad de los brasileños no tiene reparos en apoyar a un político de
carrera, que elogió a un torturador en el Congreso Nacional y está implicado en
numerosas acusaciones. Principalmente relacionado con el desprecio por la vida
humana y su conexión con transacciones económicas y personalidades de dudosa
moralidad.
A la espera de un visado de turista en Estados Unidos (entró como
autoridad estatal), Bolsonaro se ha reforzado con el uso de las redes sociales,
disparando el fenómeno de la desinformación y el discurso del odio. Como
Internet no tiene fronteras, sigue fomentando la información en su exilio
voluntario.
Bolsonaro ha afirmado que el Gobierno popular de Brasil "durará
poco". Se ha presentado a la reelección, mientras que el partido que lo
apoya, el PL, ha señalado una posible candidatura de su esposa, Michele
Bolsonaro. Ha vuelto a Brasil, a los escenarios y a los titulares.
Sólo una comunicación popular, asertiva, asociada a la comunidad,
ciudadana y militante, podrá minimizar el impacto de esta red de intrigas. Será
una guerra política, ideológica, pero también retórica.
(Versão em espanhol por Sandra Sena)
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