segunda-feira, 27 de novembro de 2023

O bicho homem fere, mata e come a natureza

 

Fotos: Adriana do Amaral

Parece que a natureza está em fúria: uns dias de muito calor, outros de frio; chuvas e ventanias fortes, secura excessiva, tudo junto de misturado. 

Nessa ciranda do tempo, algo em comum: a falta de energia elétrica.

Nem estou falando do apagão, mas de várias pequenas quedas que tornaram-se frequentes.

(Aqui, na minha #Macomdo, á ausência de energia elétrica soma-se a falta sinal de internet.

Dá até saudades da telefonia fixa!)

Neste cenário caótico, vejo muitos culpando as #árvores.

E, num seguimento, a poda sem critério, tanto na cidade de #São Paulo como no interior do Estado.

Caminhando pelo meu bairro, percebi a devastação causada pelo "bicho homem".

Sem critério técnico nenhum, a motosserra é acionada, sem dó da natureza.

Poda-se tudo e quando não se consegue arrancar a árvore pela raiz, corta-se o tronco no toco.

Perplexa, vejo a ganância da prefeitura para sanar a ignorância da população, que reclama equivocadamente.



Atração e repulsa

O que mais me irrita é essas mesmas pessoas que reclamam escolheram o bairro devido à beleza natural do lugar.

Está escuro? Culpa das árvores.

Está sujo? Culpa das árvores.

Há desconhecidos no bairro? Culpa das frutas da árvores.

Trabalhadores descansando? Eles se refugiam à sombra das árvores.

Casais de namorados? Eles se escondem atrás das árvores.

Pragas? Atraídas pelas árvores. 

Agora, querem destruir exatamente o que os atraiu...


Tive vontade de chorar quando vi a Mangueira centenária, em plena temporada, carregada de frutos, sendo dilapidada.

Galhos inteiros arrancados, e as mangas verdes,  frutos espalhados pelo chão...

Com os galhos caem os ninhos...


Sem as árvores, a poluição avança.

Sem as raízes, a força da água não é drenada...

E a natureza  reage e pune àquele que a devasta.


Lembro do meu pai dizendo que se plantássemos mais árvores frutíferas nas ruas e estradas não testemunharíamos tanta fome...

Mas, na ganância, derruba-se árvores para criar gado, expulsa-se o lavrador para "plantar" fazendas de energia solar...






Outro dia, conversando com uma vizinha, adepta do "agro é pop" da propaganda global, eu dizia que devíamos zelar pelo meio-ambiente...

Revoltada, ela respondeu:

"Precisamos comer", como se  o agronegócio fosse salvar a fome do mundo.

Argumentei sobre o lucro desmedido, ela não quis mais papo.

Um pouco antes, havia questionado o zelador do porquê de terem dilapidado a árvores plantada na calçada, que embelezava e enchia de sementes e flores o pátio frontal do prédio:

"A síndica mandou", ele respondeu, argumentando que tudo ficava escuro e perigoso devido à árvore!

Sarcasticamente, eu respondi: ela deve gostar de poluição e concreto.


Verde as matas do olhar...

(Dos versos da canção de Eduardo Gudin...)

Quem derruba uma árvore destrói não apenas o meio-ambiente, mas o futuro. 

Na minha rua tem pitanga, acerola, amora, manga...

Mas havia abacateiros e tantas frutas mais...

Resistem as maritacas, pardais, tico-ticos, corujas, cigarras, morcegos, joão de barro...

Até quando?





quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Se eu fosse o presidente Lula eu iria na posse na Argentina

arte: reprodução internet

Os bolsonaristas estão fazendo a festa depois que o presidente eleito da #Argentina, #JavierMilei, conversou com o ex do Brasil celebrando a vitória. 

Já começaram as vaquinhas para organizar a invasão dos eleitores da direita brasileira para comer #bifedechorizo como se fosse picanha.

Em meio ás promessas de campanhas nada éticas, que incluíram xingamentos a Lula, além da interrupção das relações com o Brasil, parece que Milei tem sido orientado a rever alguns discursos.

Talvez, a hiperinflação na semana que segue ao pleito, onde produtos, inexplicavelmente, tiveram os seus preços majorados em até 50%, esteja se impondo para a atualização do discurso.

Há sinais de que o político argentino tem alterado algumas posturas, inclusive afirmando que Lula seria bem-vindo à cerimônia de posse e que inclusive seria oficialmente convidado.

Se eu fosse o Lula eu iria.

Daria um chega para lá no Jair.

Pegaria o microfone e encantaria os argentinos.

Praticaria o diálogo com os divergentes, como inspira #PauloFreire durante a campanha no Brasil;

Relembraria a história de resistência das #madresdapraçademaio;

Ressaltaria a importância da balança comercial entre os dois países e como somos generosos;

Afirmaria que a culturas são sinérgicas e até que nós admiramos #Maradona e os argentinos admiram #Pelé, apesar da rixa futebolística;

Lembraria aos eleitores que não estão nada felizes com o que se espera do futuro próximo da Argentina, que "o Sol há de brilhar mais uma vez" e que  "o amor sempre vencerá o ódio".

Colocaria os bolsonaristas no lugar deles, de insignificância.

Abriria os olhos de Milei, desvelando que a realidade é muito mais dura do que a ficção digital.


segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Corremos os risco de sermos a Argentina amanhã?

Imagens: Reprodução web

Nós, da esquerda brasileira, fomos dormir impactados com a notícia da eleição de #JavierMilei para a presidência argentina. 

Eu, confesso, me surpreendi negativamente, pois imaginava que os argentinos seriam mais conscientes do perigo que se anuncia.

Podemos justificar o resultado do pleito como um voto de protesto?

Afinal, se está tão difícil a rotina de vida  dos nossos hermanos, como seria eleger o atual ministro da Economia, #CarlosMassa?

O velho ditado explica:

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come...

Talvez, o incerto tenha justificado o certo?

Ah, aquela vontade doida de mudar será dolorosa!

Milei representa tudo o que há de pior: 

o retrocesso, a insanidade, a discriminação, a verborragia, a falta de senso de ridículo e de sabedoria.

Mas, ele foi eleito assim mesmo.

É definitivo.

Aos meus amigos argentinos, que secaram as minhas lágrimas e seguraram a minha mão há cerca de um ano, quando das eleições mais difíceis que o #Brasil já vivenciou, solidarizo-me:

Resistam, resistam.

Serão quatro anos para conter o ódio que, certamente, será plantado.

E tentar reverter todos os prejuízos, da imagem à política externa e economia econômica que, certamente, virão.

A #Argentina nunca mais será a mesma...

A Argentina, sim, será nós ontem. 

E o que será do Brasil?

Para nós, brasileiros, o retorno da ultra-direita na #AméricaLatina é preocupante.

O palco foi inaugurado para que Bolsonaro e seus filhos brilhem através dos refletores;

Já imagino eles invadindo #BuenosAires e, a partir de 2024, nenhum jornalista terá o poder de calar as suas vozes, ânsia de poder e exploração econômica. 

O perigo se avizinha, pois a nossa frágil democracia brasileira ainda não está restabelecida...

Imagino a bancada conservadora, no Brasil, corroborando com os interesses familiares na tentativa de cercear ainda mais as estratégias do presidente #Lula.

Há muitos mistérios cercando a ascensão de Milei.

Ainda bem que temos a Bolívia, o Chile, a Colômbia, a Venezuela para nos fortalecermos enquanto esquerda latino-americana!


Resistiremos?

Assim se consolida a luta pelo "Bom Viver".

#CoragemArgentina



sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Médicos de alma - se eles não curam, desvelam a barbárie no Oriente Médio

 

Imagem: reprodução Internet

Vivemos isso na #pandemia da #Covid-19, quando não tínhamos notícias oficiais do que estava acontecendo no mundo: as equipes de saúde anunciavam a peste moderna, quando milhões de pessoas morriam sufocadas, sem tratamento diante do desconhecido do vírus. 

Aos poucos, as imagens ganharam o mundo, e graças a elas - e os depoimentos dos profissionais que corriam risco de se contaminarem na tentativa de curar os pacientes - muitos sem recursos, nos protegeram a todos, todas, todes nós.

Aos poucos, formos nos conscientizando e nos "vacinando" contra a desinformação das #fakenews, e depois contra o #coronavirus.

Agora, muitos médicos enfrentam a barbárie do genocídio que acontece em #Gaza, na #Palestina, onde a mídia hegemônica prefere mostrar o estado de israel (em minúscula, faço questão) como salvadores de uma Pátria mas, na verdade, é invasora.

O maior hospital de Gaza foi bombardeado.

A desculpa?

Terroristas.

Lá, doentes agonizavam e inúmeros morreram.

Pacientes que sofrem todas as dores do mundo, do câncer à amputação, de todas as angústias da guerra...

Sem recursos, os médicos operam sem anestésicos, tratam os feridos no chão, tentam salvar vidas recém-nascidas e as puérperas.

Quase sempre sem sucesso, não por falta de competência, experiência, vontade, resiliência, mas de tempo e até de água.

Num ambiente hospitalar a limpeza é essencial como os medicamentos, mas em Gaza não tem água potável sequer para matar a sede.

E assim os médicos de Gaza tornaram-se médicos de almas!

Imaginem a dor de ver a dor do outro sem poder minimizá-la?

Eles fazem: num olhar, uma mão na mão, um alento.

Eles fazem muito mais: eles rezam.

Eles se superam: honram o momento da morte.

A imagem que ilustra este texto mostra profissionais de saúde frente a corpos que, minutos antes, eram pessoas vivas.

Imagino a intensidade daquele momento: homens e mulheres trabalhando, voluntariamente a maioria, em meio ao mais cruel massacre contra vidas humanas de todos os tempos.

Profissionais de saúde que certamente vivem o luto da  perda dos entes queridos.

A mim, tocou profundamente este momento, e os "médicosdeGaza têm o mais profundo respeito.

Eles também correm risco de morte para garantir um pouco de conforto diante da iminência da morte de seus pacientes.


Os sobreviventes?

Imagine o futuro deste bebê que chora sangue, caso ele sobreviva.

Estamos novamente sem vacina contra a mentira?

#FreePalestine





domingo, 12 de novembro de 2023

A Terra prometida é aqui

Crianças palestinas manifestam-se pedindo a paz
(Fotos: reprodução Internet)


Hoje era para ser um dia alegre: finalmente o grupo de brasileiros e seus familiares, retidos como reféns pelo governo de israel (isso mesmo, em letra minúscula), na fronteira entre #Gaza e o #Egito, finalmente puderam "atravessar".

Numa analogia, foi como se #JesusCristo tivesse aberto as águas, ou um portal para a nova vida.

Dois brasileiros preferiram ficar, mesmo correndo risco de sede, de fome,  de mutilação, de morte.

Eles não quiseram se separar das suas famílias. 

A dor da separação -e certamente a angústia decorrente desta- foi maior do que os horrores da guerra.

Há notícias de que os palestinos têm preferido ficar juntos, na esperança de se ajudarem nessa luta pela sobrevivência, ou serem enterrados juntos.

Impossível, para mim, não remeter ao filme "A Escolha de Sophia", um judia que, manipulada pelo seu algoz, um discípulo de Hitler, teve de escolher qual dos dois filhos salvaria da barbárie dos campos de concentração.

 Ao longo deste último mês, vimos uma novo tipo de ódio aflorar no Brasil, num prolongamento do que vivenciamos desde o golpe contra a presidenta #DilmaRousseff, aguçado nos últimos quatro, quando a polarização se fez de fato. 

O brasileiro que aprendeu a cultuar Israel, pelo olhar da família Bolsonaro,  nem ao menos saber distinguir o povo do Estado.

E a indústria da desinformação é munição para construções de narrativas e até mesmo para tentativa de um novo golpe, frustrado, pois desvelado.

Quem se informou sabe...

Matar, Exterminar.

É isso que acontece na #Palestina desde que dois estados deveriam ter sido criados, mas um foi avançando sobre o território do outro e se acha no direito de praticar uma limpeza étnica.

Não há lugar para a "Casa Comum", na #Palestina.

Nesta guerra, se o mais forte pega, ele mata; se não pega,  mata de fome; se pega vivo pega, cerceia todos os direitos.

O mundo assiste perplexo como numa torcida fictícia, onde o colonizador exerce os seus direitos frente aos povos originários, mesmo que, nesse caso, a história se confunda entre quem chegou primeiro...

Felizmente, boa parte do povo judeu, espalhado em comunidades no mundo todo, pensa diferente e cada dia mais manifesta a sua posição.

Quatro mil crianças palestinas assassinadas em Gaza, dez mil vidas ceifadas ao longo de um mês.

O futuro de um povo corre risco de extinção.


Enquanto isso, eu espero ver os rostos de felicidade dos brasileiros ao pisar em nosso país,  resgatados na versão moderna da Arca de Noé: o avião do governo Lula.

Mas, não deixo de pensar nos que ficaram.

Que, um dia, eles também possam ser recebidos, junto às suas grandes famílias, para celebrar a paz.

#FreePalestine





quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Sou loca por ti latinoamerica que reage ao poder hegemônico

Reprodução Instagram

 No intervalo de horas, três presidentes latino-americanos decidiram romper suas relações diplomáticas com o Estado de #Israel: 

#Bolívia, #Chile e #Colômbia.

Quem puxou a meada da política humanitária foi o Estado Plurinacional da Bolívia,  posicionamento anunciado pelo presidente Luís Arce, no dia 31 de outubro, em repúdio aos "crimes contra a humanidade" praticados contra a população civil na #Palestina. 

Na sequência,  o presidente do Chile, Gabriel Boric, justificou não compactuar com "as violações inaceitáveis em Gaza". 

Hoje, Gustavo Petro, que já havia sinalizado a mesma intenção, formalizou a ruptura diplomática considerando "o massacre do povo palestino".


Os três países solicitaram que os seus embaixadores voltem para a casa. .


O governo brasileiro, desde o início do conflito, que transformou-se numa das mais brutais guerras unilaterais da história, busca acordos internacionais de cessar fogo, conciliação e paz, ainda sem sucesso.

Lula tem tentado negociar pelas vias diplomáticas, à exaustão, e está conseguindo minimizar as perdas de vidas brasileiras.

Aguardo ansiosamente os próximos passos.

A via democrática latino-americana tem mostrado a sua força moral, se não política ou econômica.

Espero que o #SulGlobal se fortaleça em engajamento pela paz e, sobretudo, em defesa à terra e à vida, culminando no direito do povo palestino ao Estado que lhe é de direito.


O massacre no Oriente parece longínquo, mas se não tomarmos cuidado a hegemonia ideológica neoliberal "abrirá as suas asas sobre todo o mundo".

#freepalestine


#MarielleFranco nos ensina como enfrentar a realidade

  Fotos: #InstitutoMarielleFranco Confesso que caíram lágrimas dos meus olhos, uma sensação estranha de alívio... porém de tristeza.  O dia ...